segunda-feira, 25 de outubro de 2010

9 meses

Se o título vos lembra outra coisa, tirem daí as ideias. ;)

São 9 meses que vêm na sequência deste mês e destes seis meses. E aqui o departamento de contabilidade assevera já ter havido negócio informal durante outros nove.

Gatafunho, hoje, não há. A prenda foi diferente, uma prenda-surpresa enfiada à socapa na mochila do Ouriço.

Se o gatafunho está ausente, a alegria, essa, cresce a cada momento. :)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Guerra do esfregão




Há batalhas que são absolutamente épicas e ficam no imaginário colectivo como marcos importantes: o desembarque na Normandia no Dia D, a derrota de Napoleão em Waterloo, Aljubarrota para os portugueses, ou a Guerra do Esfregão em casa dos meus pais.

Vejo já alguns sobrolhos franzidos ao peso de dois argumentos: um é que não conhecem a casa dos meus pais e portanto a ideia não pertence ao imaginário colectivo e, para mais, é que me o último item da lista não é uma batalha, é uma guerra.

Em boa verdade eu vos respondo que, uma vez eu vos descreva a cena, qualquer um de vós irá recordar-se de outra semelhante tirada a papel químico, logo há um imaginário colectivo de uma mesma situação distribuída por episódios diferentes. A segunda é que a Guerra do Esfregão é uma sucessão de batalhas em tudo muito semelhantes sem fim à vista.

Começa assim: a cada Domingo após o almoço, mãe e filha entram numa acesa querela sobre quem vai lavar a loiça, nomeadamente a tostada e gordurosa assadeira onde minutos antes o lombo de porco repousava num leito de batatas.

Rationale:

- A mãe insiste em lavar a loiça porque mãe é mãe e tem que ser super-mãe;

- A filha quer aliviar a mãe desse trabalho extra porque esta faz saber amiúde que trabalha demais e anda exausta;

- A mãe não deixa porque a maneira de demonstrar que gosta muito e muito de todos e gosta mais do que ninguém é matando-se de trabalho;

- A filha reinvindica lavar a loiça porque lá no fundo sabe que a mãe vai cobrar essa exaustão em queixas e injecções de sentimentos de culpa;

- etc...

E a discussão vai subindo de tom até que alguém toma conta do esfregão... nesse dia. Depois repete-se. A Guerra do Esfregão nunca vê um armistício assinado. Sobem as vozes, sobe a tensão, sobe a exaustão, sobem os nervos a toda a gente... para uma discussão circense de resultado prático perfeitamente estéril. Na semana seguinte repete-se.

Claro que seira muito mais útil, prático, calmo e abrangente distribuir essa tarefa todas as semanas a uma pessoa diferente (eu incluído). Mas isso já não permitiria "provar" quem gosta mais de quem, não é? Se é para isso, eu recuso-me a participar do espetáculo.

Há coisas irritantes e que me deixam os nervos em franja, e esta é uma delas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sustos


Não tenho vindo muito por cá.

Não é uma falta, é necessidade de pôr ordem dentro de mim mesmo antes de verter aqui em palavras o que me no âmago.


Muitos poderão ter julgado que o post anterior, intitulado "Viagem", se referia a uma viagem no seu sentido mais vulgar. Pois tal não acontece, sendo que a viagem é essencialmente interior, mais viragem do que viagem. E assusta, sobressalta.


Há várias mudanças a ocorrer na minha vida. Uma, é deixar o meu emprego e lançar-me num trabalho por conta própria. E é já esta semana que deverei pôr a minha assinatura num papel para que tal aconteça. Este salto para o vazio assusta-me, confesso que me assusta imenso, e há momentos em que me sinto vacilar como folhas ao vento na dúvida de estar a dar um passo acertado ou um passo para a asneira.


A segunda mudança importante (e primeira em importância, seguramente) é de foro afectivo, numa convolução de sentimentos, de caminhos não trilhados, de risco, de sonhos e de medos. Mudanças que, ainda que num primeiro olhar pareçam a dois, na verdade envolvem e envolvem-nos em muito mais pessoas.


Como a vida não é compartimentada em contentores coloridos e arrumadinhos num porto de mar, acontece que as mudanças anteriores cruzam-se e entrelaçam-se, com mais uns quantos problemas (que não matam mas moem) a enfeitar. Torna-se frequentemente complicado, mesmo muito complicado, respirar fundo e seguir em frente com fé, esperança e alma grande.


Assim vão os meus dias. Desejem-me sorte.