sexta-feira, 29 de maio de 2009

Correndo

Deixem-me cá acalmar.
Fechar os olhos, respirar fundo. Outra vez.

Há alturas em que parece que nos cai este mundo e o outro em cima.

São compromissos e mais compromissos, obrigações e mais obrigações, tarefas e mais tarefas, responsabilidades e mais responsabilidades, e pedem-nos que o futuro seja feito para ontem - com excelência e perfeição, claro!

"-- Eh pá, mas alegra-te que o fim-de-semana está à porta!"

Sim, pois está. Além de trabalhos que tinha planeados para o fim-de-semana já me arranjaram um frete de ir amanhã (Sábado) todo o dia para Lisboa apagar fogos. Bestial. E isso significa já um par de compromissos desmarcados.

"-- Compromissos delicados?"

São "fáceis" de desmarcar de um ponto de vista meramente funcional, mas "difíceis" já que estamos a falar daquele par de horas numa semana inteira a que concedemos a nós mesmos uma folga. Isto engloba desmarcar o café com uma amiga muito querida e quizá (em castelhano só para ser giro) faltar ao concerto para o qual já tenho bilhetes comprados.

O fim de semana, porém, não ficou completamente estragado. Os trabalhos agendados mantêm-se de pé, logo ainda sobra alguma coisa. Fim da ironia.

Confesso que lido mal com a irritação e a ansiedade. Mas conversar aqui um pouco convosco já me faz sentir um pouco melhor. Uma grande piscadela de olho para vós. ;-)

Fechar os olhos, respirar fundo. Outra vez.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Guernica segundo a D. Lurdes


Este cartoon estava perdido aqui no meu Desktop e é irresistível partilhá-lo convosco. Quino como só ele sabe (clicar na imagem para aumentar). Não faço ideia de como se chama a senhora, mas D. Lurdes parece-me bem. E lá arrumada é.

Tempestade

O que acontece quando se junta um prazo curto, uma enorme falta de vontade de trabalhar, uma tarefa chata que não termina e um sentimento de culpa doido? O que vale é que vai passar depressa...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Arranhadelas II

Blues à Portuguesa para vosso gáudio. :)

Mais alguns se seguirão em breve aqui pelas "Arranhadelas". É um estilo que dá gozo tocar(*).

Jorge Palma by Gato do Castelo.



(*) Ao YouTube, pelos vistos, dá-lhe gozo dessincronizar a imagem com o som. Hmpf!

sábado, 23 de maio de 2009

Gato Borralheiro

Está a chover. Óptimo! O alibi perfeito para não limpar nem terraços nem vidros.

Formigas

Ontem rabiavam umas formigas pela minha cozinha. Não me estava nada a apetecer ter outra vez aborrecimentos com formigas, as tipas não desarmam e são muito chatas. Da última vez comprei uma bisnaga de veneno e elas zarparam todas mesmo antes de eu a abrir. O poder da sugestão é eficaz mesmo para as formigas, consta. Se eu sabia, tinha pedido emprestada por dois dias uma embalagem e poupava 3€. Vou pôr o veneno outra vez à vista, pode ser que resulte. Se não resultar arranjo um tamanduá. Se não sabem o que é um tamanduá, o Bruno Aleixo ajuda (0'55'').

Há uns meses nunca diria que fosse razoável

Como se reage perante uma pessoa muito querida que já não se via há uns largos anos, que nos entra pela porta dentro com a maior simpatia e afabilidade, que nos faz sentir óptimos e remata dizendo que gosta da nossa presença?

Eu estou felicíssimo. :)

Porto

O comboio rola já devagar ao aproximar-se da estação, numa sequência de solavancos mais e mais espaçados. Levanta-se do banco onde vinha sentada, apanhando o casaco e a bagagem que trazia. Pela janela sucedem-se as velhas fábricas, muros e armazéns em ruínas que testemunham uma importância que o caminho de ferro teve outrora e que agora lhe era negada.

Após passar um barracão que obstruía a vista, repentinamente, surge-lhe a cidade sob o sol da primavera alegre. O peito encheu-se-lhe de um conforto inesperado. Havia como que um sentimento de pertença, nunca antes manifestado mas que irrompia agora nesta hora de retorno, uma identidade dela com a cidade infundida pela vista do casario na manhã soalheira. Bem bonita que ela era descendo pela encosta com o rio a seus pés.

Recordava-se do Porto como “a cidade”, onde as coisas existiam e aconteciam quando era pequena. Tudo o que era necessário, de maior ou menor importância, era lá. É preciso comprar calçado? Vai-se ao Porto. E roupa para o inverno? Tem que se ir ao Porto. E para o Porto vai o pai trabalhar todos os dias.

Apeavam-se do autocarro na Batalha. A praça, em pedrinha de calcário preto e branco, acolhia o teatro e, defronte, o grande cinema com os cartazes coloridos afixados em tabuínhas perfuradas. Mas os olhos que brilhavam eram para as pombas cinzentas e brancas que ocupavam a praça. E tentar apanhar uma? Não deixavam, aligeiravam o passo na direcção oposta. E se se corria, então uma imensa nuvem de asas levantava-se, dispersando-se por telhados e beirais.

Eram tardes longas, cansativas. Aos pequenos pés de cinco anos as distâncias parciam enormes. As roupas e calçado em Sta. Catarina e Sá da Bandeira, outros têxteis nas Flores, as utilidades em Garrett ou nos Lóios, os livros no Almada ou na Ceuta. Pelo caminho ficava 31 de Janeiro (a que toda a gente chama ainda Sto. António) e os LPs chamativos nas montras. Percorria-se a baixa com grande rapidez, tentando evitar os encontrões em estreitos passeios travados por fortes lancis de granito já muito arredondados pelo uso. Não raras vezes serpenteava-se por entre um mosaico de automóveis. Nas lojas, o infindável escolhe-tira-experimenta-calça-despe-troca-veste-descalça-escolhe ocupavam tanto o tempo como a paciência.

- “Esse não, que não vai para casa.”

Pena! Era mesmo naquele autocarro de dois andares que lhe apetecia regressar. Sonhava poder subir ao convés superior e observar o mundo lá fora lá do alto. Ao fim da tarde esperava-se o transporte de regresso junto à Arcádia, já depois de o copo de leite quente e a bola-de-berlim terem confortado o corpo e apaziguado algum cansaço.

Só bastantes anos mais tarde, quando pôde percorrer as ruas por sua conta, é que viu a cidade com outros olhos. Observou então as casas e prédios, tão diferentes e iguais com as suas fachadas estreitas de grossas cantarias. Topou as clarabóias a mirá-la nos telhados. Apreciou o rio dourado ao pôr-do-sol de Estio com a ponte e o seu arco em contraluz. Escutou os sinos dos Clérigos e as vendedeiras do Bolhão. Viu os Aliados com os seus prédios decorados e árvores despidas na envolvência dum pregão do vendedor de castanhas no dia frio de Novembro, e concluiu até que o Porto precisava por vezes de um poucochinho de chuva para ser o Porto em toda a sua respeitável vetustez.

O comboio parou finalmente na estação. Nessa manhã, ao pousar o pé na gare, sentiu-se um bocadinho mais feliz.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Almoço II

Nos últimos dias vieram umas pessoas almoçar por cá. Tenho reparado que as coisas me saem melhor quando as faço para mais gente do que quando estou só. Tenho cá para mim que a comida precisa mais de carinho do que de sal.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Dos amores possíveis

Eu não gastaria tantas palavras. Para ser honesto, provavelmente era mas era incapaz de escrever tanto e tão bem. Isto está interessante.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Etapas

Gosto do meu trabalho apesar dos espinhos que possa ter.

Uma das coisas complicadas de gerir é o ânimo diário perante as tarefas. Da natureza da profissão, os resultados vêem-se a médio ou longo prazo e o caminho para lá chegar é por norma tortuoso.

Noutra perspectiva, faz falta sentir amiúde o paladar de etapas vencidas e do dever cumprido. Estas pequeninas vitórias dão um fôlego extraordinário ao nosso alento e vontade de fazer mais e melhor. Na falta delas instala-se alguma apatia que é necessário contrariar.

Hoje cumpri uma dessas etapas, ultrapassei uma meta volante. E sinto-me feliz por isso. :)

domingo, 17 de maio de 2009

Sorte




Sou uma pessoa com sorte, reconheço-o.

Às vezes preciso de parar um bocado e chamar-me a mim mesmo à razão. Perdemo-nos muitas vezes embrenhados em uma ou duas metas complicadas e esquecemo-nos de apreciar e guardar connosco os inúmeros pequenos momentos que dão colorido à vida. Irónico.

Poderia (seria legítimo e até merecido) enumerar um rol de coisas que a minha vida tem de bom. Não o vou fazer, porém, e limitar-me-ei a um caso concreto.

Vem isto a propósito de alguns devaneios de pensamento que me ocorreram há dois dias. A passada sexta-feira amanheceu risonha e com ela acordou o Gato (eu!) cheio de energia. Cumpri os hábitos rotineiros de quem se prepara para mais um dia de trabalho. Perante uma manhã tão linda deixei a minha lata com rodas em casa, fazendo questão de ir para o trabalho de bicicleta.

A distância não é muita. Apesar de fazer percursos mais longos e sinuosos para evitar estradas muito movimentadas, o total da ida não chega a 6 km. O acréscimo vale bem a diferença e não é só pela segurança.

Vale pelo silêncio e pela paz, pela ausência de motores e buzinas.

Vale pelos campos agrícolas recém lavrados e semeados que prometem vida nova.

Vale pela graça de pombos e pardais que vão surripiando umas sementes ao agricultor, agitando-se e voando à minha passagem.

Vale pelos campos de ervas pintados de amarelo dos malmequeres, do tojo e do tremoço bravio.

Vale pelas ondas roxas do rosmaninho em flor.

Vale pelas papoilas muito vermelhas e abertas pela manhã ainda fresca.

Vale pela brisa, pelo sol no rosto e pelo arrepio de vida que inunda o corpo a cada sorriso perante cada uma destas coisas.

Vale pela cidade bonita onde moro e pelo trabalho próximo que me permite tudo isto.

Vale por saber que ninguém julga o meu trabalho pelo meu transporte, pela minha roupa informal ou pelo meu cabelo despenteado ao tirar o capacete.


Isto é ou não ter sorte? :)

sábado, 16 de maio de 2009

Obrigado

Mal este blog arrancou recebi de imediato um prémio do Daniel. Lá fui eu ver do que se tratava e parece que já percebi o esquema. O selo encontra-se ao fundo da página. :)

Decisões

Inspirou fundo e encheu os pulmões com o ar da tarde fresca. Ao cheiro da terra molhada juntava-se o paladar adocicado das tílias. Em poucos segundos, o mundo ficou mais leve.

Abriu os olhos e sorriu, olhando à sua volta enquanto fechava com firmeza a porta do Peugeot 404 que ainda conservava. Afastou-se com a gola do sobretudo cinza-escuro levantada ouvindo os seus próprios passos no chão húmido de terra batida.

Gostava de passear por ali e nunca se fartava. Apaziguavam-no o silêncio, as oliveiras, o canto dos pássaros e o sol coado pelos plátanos. As poucas casas existentes, mantendo os mesmos traços simples de há 80 anos, completavam o décor que o transportava a um tempo que nunca tinha vivido.

-- A vida é em frente! – exclamava para dentro.

As coisas não estavam bem. O mundo à sua volta fazia questão em estar virado do avesso. Eram precisas forças e ideias para continuar.

-- Forças e ideias... – repetia para si.

Força, coragem, e alento para se levantar a cada dia, um dia de cada vez. Ideias, entendimento, discernimento para poder compreender o seu próprio mundo.

Nisto cogitava enquanto caminhava ao acaso pelas estreitas veredas ladeadas de arbustos e árvores evitando as poças de água. Que assim não podia continuar!, ah!, isso não! Como segues então com a vida em frente se estás virado para um beco sem saída, pá? A mudança é necessária, a mudança é precisa, impõe-se uma quebra, um ponto de descontinuidade que derrube os muros desse beco. De mais a mais, isto não te implica só a ti. E se nada fizeres, então pior para todos, já que essa espiral não se fará rogada em continuar com o turbilhão.

Mudou de rumo virando à direita para uma rua qualquer. No meio dos seus pensamentos conseguiu ainda divertir-se com os olhares curiosos dos moradores que alongavam as tarefas para o mirar, pouco habituados a verem estranhos passeando por ali.

E agora? Chegar à fala já é complicado. Obter concordância é sumamente impossível, já sabes. Ainda não abriste a boca e já estás errado só porque sim, porque foste tu que o disseste. Será possível ainda inverter o mal já feito?

Deu consigo de volta ao largo onde deixara o carro. Sentia-se mais esclarecido agora. Porém, acompanhava-o no peito uma esmagadora sensação de vazio feita de perda e dor. Abraçou um grosso plátano existente no largo como se fosse o último amigo que lhe restasse. Por momentos sentiu-se fundir com a centenária árvore, encheu-se de uma estranha sensação de serenidade como se lhe corresse nas veias a seiva deste amigo de ocasião e esta transportasse consigo a solução para as suas ânsias.

Ajeitou a gola do sobretudo. Entrou no Peugeot e o motor rugiu ao rodar da chave. Sabia o que tinha que fazer, o que era necessário e acima de tudo correcto. E tremeu, pois tinha que separar-se do que mais amava.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Arranhadelas

Hoje trago-vos mais um pedaço de mim.

"-- Ninguém te pediu nada!"

Pois não, mas o blogue é meu e feito dos meus apetites. :)

Inauguro assim a rubrica "Arranhadelas" cujo nome se tornará óbvio.

Gosto de música. Gosto de músicas com uma componente harmónica riquíssima, músicas que se sustentam da beleza que emana do seu âmago, capazes de nos encher pela sua força sem precisar de muitos floreados, arranjos espampanantes ou orquestrações poderosas.(*)

Hoje trago uma dessas músicas, e da maneira que eu próprio a sinto. Ainda bem que o YouTube decidiu colaborar. Já da máquina fotográfica não posso gabar muito as virtudes. Tenho de convencer o staff da Deutsch Grammophon.

António Jobim by Gato do Castelo. Quem quiser cantar a letra (do Vinicius) pode. :)



(*) EDIT: agora que releio, apercebo-me que a descrição aplicada às músicas de que gosto tem uma tremenda semelhança com as pessoas de quem gosto. Fantástico.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Gatafunhos

De vez em quando, com várias luas de intervalo, faço uns gatafunhos (este substantivo foi escolhido a dedo). Há um gatafunho meu a encimar este blog em que não tenho especial orgulho: foi feito em menos de cinco minutos com uma caneta BIC nas costas de uma folha de papel velha. Precisava de qualquer coisa para colocar no cabeçalho e assim saiu. O preguiçoso nem um gato desenhou, enfiando-o numa janela escura da torre. Ainda assim, o gato de Schrödinger teve pior sorte. A isto chama-se desculpa de mau pagador.

Forma e função

Não vai longo o blog, na verdade nasceu há dois breves dias. Ao reler as poucas entradas parece-me ficar a imagem de um sítio tristonho e de alguém descontente. Pois vos garanto que tal é mera casualidade. Este espaço não é nem pretende ser um alambique onde se destilam carpidos e ideias funestas. Poderão aparecer, mas deste lado do ecrã mora uma pessoa alegre. :)

Deveria ter esclarecido de antemão quais as directrizes do blog? Deveria caso isto fosse alguma espécie de relatório. Mas não o é, e desejo até que se afaste bem disso. Aqui dão-se largas à vontade e à imaginação, ruma-se ao sabor do vento. Não há ordens precisas nem formas rígidas a seguir. A expressão do momento é chave por cá.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Almoço

Ontem cozinhei o meu almoço. Nada de extraordinário nisto, já o fiz centenas de vezes. Mas ontem foi diferente. Frontalmente falando, há muito tempo que não me saía nada de tão mau! Isto de ter o neurónio à deriva tem o seu preço a vários níveis. Tomara que fosse só o almoço.

Chama

-- Eu sinto-me comprometido contigo desde o primeiro dia! - desabafei.

-- Isso é um perfeito disparate! - retorquiste.

Ao fim de seis anos não tiveste sequer um vislumbre fugaz da chama que me anima. O desfecho não poderia ter sido outro.

Por ti, já só uma coisa posso fazer: lembrar-te a Deus nas minhas orações para que sejas feliz. No final de contas, foi sempre isso que desejei. Desde o primeiro dia...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Visita

Era Inverno e já noite cerrada quando galguei a passos largos a rua que partia da estação de caminho-de-ferro. Tinha pressa em te ver e os minutos eram contados. A chuva miudinha, o frio de Janeiro e a rua íngreme estavam bem longe do meu pensamento.

Dei entrada no grande edifício subindo ao 3º piso por entre luzes tristes, materiais de construção e velhas mantas no soalho. Aquelas paredes acinzentadas e esmurradas por onde caminhavam fios e tubos já tinham visto muita coisa que prefeririam calar ainda que pudessem não o fazer. O lugar não era bonito, não, mas era bom e necessário que lá estivesses. Todos sabíamos disso.

À cautela, entrei no quarto, colocando o meu melhor sorriso. Gostaste de me ver, da forma como eu tinha a certeza que gostarias. Afinal, não nos conhecemos só de ontem. Desejei abraçar-te com força, inundar-te com o carinho que te dedico mas não o pude fazer. O teu estado débil num pós-operatório complicado não mo permitiu.

Uma enfermaria é sempre pouco acolhedora. Pairam no ar a doença e o medo, a conversa parece que nunca se afigura ligeira neste local. Assim como assim, por entre as dores que o analgésico não abafava, ias estoicamente mantendo a serenidade. Menos confiança tinha a pessoa à tua direita, acabada de internar e chorando copiosamente deitada na cama de ferro de cor creme.

Tinha que ser. Tive mesmo de puxar de todo o bom humor a que consegui deitar a mão. Pôr de pé a conversa mais alegre que me foi possível, exorcizar a tristeza que se apoderara do quarto e que estava ali a mais. Tagarelei, contei histórias do arco-da-velha, enrolei toda a gente à fala, fiz chistes e piadas, pintei a manta com o que estava ao meu alcance. Ainda hoje estou para saber se toda aquela presença de espírito era mesmo minha. Mas funcionou, é o que importa. Quando fui embora já não via lágrimas, só rostos mais apaziguados com a vida.

Ainda por lá ficaste uns dias. As tuas companheiras de enfermaria mudaram. Perguntaram muito por mim e cobriram a minha boa disposição de elogios, contaste-me depois. Pois nem sabes como nesse dia eu chorava cá dentro.

Fiat lux

Convenceste-me, foi o que foi.

Afinal, já em tanto acertaste que não me sobram grandes dúvidas que o tenhas feito de novo.

Eis pois o meu novo espaço feito de palavras, factos, sonhos e atitudes de aquém e além muralhas. Talvez sirva.