segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Comprei um anel...




... e ofereci-o.
O Ouriço disse que sim. :)
(A mão é do Ouriço. O anel também. ) :)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ou rebento...


... ou conto.


É regra da fundação deste blog, não escrita mas tácita, que este é um espaço de não-lamechice. Ora, numa retrospectiva rápida às mensagens deste ano, concluo que uns tranquilos dois terços dos escritos envolvem, de uma maneira ou outra, o meu Ouriço.


P: Regra sistematicamente quebrada?

R: Nem por isso.


Por este espaço passam apenas sombras ténues e breves tópicos. Têm sido meses (mais de um ano, segundo algumas contabilidades) de vivência muito intensa, de conversas longas desafiando as horas, de partilha, de comunicação, de projectos sonhados, de desejos comungados, de medos revelados, de medos vencidos, de reflexão, de caminho trilhado.


Olhando para trás, mirando o trabalho feito, estranha-se que o calendário insista que aquele marco longínquo foi assinalado há apenas um par de meses. Sentimos que as léguas se percorreram a uma velocidade inacreditável, sentimos que desenrolamos meandros e curvas a passo alargado.


A inquietação que se levanta é saber se se está os passos correctos, se nos dirigimos numa boa direcção, se ao fim e ao cabo todo o longo caminho não passou de voltas sobre voltas não muito longe do ponto de partida ou, decorrente do curto intervalo de tempo, de a obra ter maus alicerces e maus acabamentos. Incerteza, insegurança? Talvez, mas certamente vontade de fazer as coisas bem feitas.


Este fim-de-semana o Ouriço e eu estivemos num curso intensivo de dois dias tentando aferir o nosso trabalho. Foram dois dias dedicados a nós mesmos, sem mais tarefas, sem computadores, sem telemóveis, sem faxinas, sem preocupações, longe de casa, longe da rotina. Dois dias de escuta, dois dias de reflexão guiada por quem sabe, dois dias de partilha, dois dias de (auto-)crítica e (auto-)avaliação de cada um e do que queremos construir.


Parabéns, meu Amor. Passamos com distinção e o caminho é para continuar. Sempre intuí que eras uma grande mulher, e hoje estou absolutamente certo disso.





(Imagem retirada daqui).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ausências e mudanças

Há qualquer coisa de recorrente nos blogs quando os seus escribas desaparecem por muito tempo. Normalmente passam de raspão de tempos a tempos para dar um sinal de vida e desculpar-se da falta de notícias, patati, patatá...

Em todo o caso, é razoável concluir que, por um qualquer conjunto de motivos, um blog semi-caladinho caiu nas prioridades do seu dono.

Ora, se a escrita deste blog caiu nas minhas prioridades, o mesmo não aconteceu aos meus seguidores: vocês continuam bem importantes para mim. :)

Digo-vos que a minha cabeça "anda a mil" (kilómetros por hora, suponho que assim acaba o dito feito) há muito tempo a esta parte. Só que o "andar a mil" não vai sempre no mesmo sentido. Se dantes o resultado era uma participação amiúde na blogosfera, polvilhada com vários Gatafunhos e Arranhadelas, hoje "anda a mil" com outros projectos.

Para começar, e como já sabem aqueles que habitualmente passam pelo Castelo para tomar chá e bolachas, tenho o meu amor de quem tanto gosto. As coisas connosco correm a bom ritmo. Não são idílicas, não são perfeitas, não são despreocupadas. São boas, intensas, verdadeiras, pensadas. Exigem atenção e trabalho, como tudo o que vale a pena. Eu bem desconfiava que aquela menina a quem pedi namoro há dez anos atrás (demorou nove anos a dizer-me "sim") era uma mulher muito especial. Hoje estou absolutamente certo disso. :)

Continuando: abandonei a zona de conforto do emprego por conta de outrém, certinho e com contrato sem termo, para me lançar por conta própria numa sociedade. Colocar de pé o vão-de-escada tem sido mais absorvente e trabalhoso do que estava a contar (nunca pensei que fosse fácil, de qualquer das formas). Sinto-me a pisar ramo verde, a calcar ovos, a sentir o tempo a escoar-se como água entre os dedos. É necessário tomar decisões nem sempre fáceis. Mas, com o tempo, irei lá.

Mais: tenho batalhado para pôr ordem numa data de outras faces da minha vida, e são muitas para arrumar. Tenho, felizmente, quem me ajude. Tenho, felizmente, em quem confiar. Confiar e deixar que me ajudem não têm sido passos fáceis, por muito natural que isso seja ou devesse ser.

E, com tudo isto, não tenho passado muito aqui pelo Castelo. Mas uma coisa vos garanto: lembro-me de vocês amiúde. :) E espero em breve trazer-vos mais novidades boas. Alegrem-se comigo! :)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

9 meses

Se o título vos lembra outra coisa, tirem daí as ideias. ;)

São 9 meses que vêm na sequência deste mês e destes seis meses. E aqui o departamento de contabilidade assevera já ter havido negócio informal durante outros nove.

Gatafunho, hoje, não há. A prenda foi diferente, uma prenda-surpresa enfiada à socapa na mochila do Ouriço.

Se o gatafunho está ausente, a alegria, essa, cresce a cada momento. :)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Guerra do esfregão




Há batalhas que são absolutamente épicas e ficam no imaginário colectivo como marcos importantes: o desembarque na Normandia no Dia D, a derrota de Napoleão em Waterloo, Aljubarrota para os portugueses, ou a Guerra do Esfregão em casa dos meus pais.

Vejo já alguns sobrolhos franzidos ao peso de dois argumentos: um é que não conhecem a casa dos meus pais e portanto a ideia não pertence ao imaginário colectivo e, para mais, é que me o último item da lista não é uma batalha, é uma guerra.

Em boa verdade eu vos respondo que, uma vez eu vos descreva a cena, qualquer um de vós irá recordar-se de outra semelhante tirada a papel químico, logo há um imaginário colectivo de uma mesma situação distribuída por episódios diferentes. A segunda é que a Guerra do Esfregão é uma sucessão de batalhas em tudo muito semelhantes sem fim à vista.

Começa assim: a cada Domingo após o almoço, mãe e filha entram numa acesa querela sobre quem vai lavar a loiça, nomeadamente a tostada e gordurosa assadeira onde minutos antes o lombo de porco repousava num leito de batatas.

Rationale:

- A mãe insiste em lavar a loiça porque mãe é mãe e tem que ser super-mãe;

- A filha quer aliviar a mãe desse trabalho extra porque esta faz saber amiúde que trabalha demais e anda exausta;

- A mãe não deixa porque a maneira de demonstrar que gosta muito e muito de todos e gosta mais do que ninguém é matando-se de trabalho;

- A filha reinvindica lavar a loiça porque lá no fundo sabe que a mãe vai cobrar essa exaustão em queixas e injecções de sentimentos de culpa;

- etc...

E a discussão vai subindo de tom até que alguém toma conta do esfregão... nesse dia. Depois repete-se. A Guerra do Esfregão nunca vê um armistício assinado. Sobem as vozes, sobe a tensão, sobe a exaustão, sobem os nervos a toda a gente... para uma discussão circense de resultado prático perfeitamente estéril. Na semana seguinte repete-se.

Claro que seira muito mais útil, prático, calmo e abrangente distribuir essa tarefa todas as semanas a uma pessoa diferente (eu incluído). Mas isso já não permitiria "provar" quem gosta mais de quem, não é? Se é para isso, eu recuso-me a participar do espetáculo.

Há coisas irritantes e que me deixam os nervos em franja, e esta é uma delas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sustos


Não tenho vindo muito por cá.

Não é uma falta, é necessidade de pôr ordem dentro de mim mesmo antes de verter aqui em palavras o que me no âmago.


Muitos poderão ter julgado que o post anterior, intitulado "Viagem", se referia a uma viagem no seu sentido mais vulgar. Pois tal não acontece, sendo que a viagem é essencialmente interior, mais viragem do que viagem. E assusta, sobressalta.


Há várias mudanças a ocorrer na minha vida. Uma, é deixar o meu emprego e lançar-me num trabalho por conta própria. E é já esta semana que deverei pôr a minha assinatura num papel para que tal aconteça. Este salto para o vazio assusta-me, confesso que me assusta imenso, e há momentos em que me sinto vacilar como folhas ao vento na dúvida de estar a dar um passo acertado ou um passo para a asneira.


A segunda mudança importante (e primeira em importância, seguramente) é de foro afectivo, numa convolução de sentimentos, de caminhos não trilhados, de risco, de sonhos e de medos. Mudanças que, ainda que num primeiro olhar pareçam a dois, na verdade envolvem e envolvem-nos em muito mais pessoas.


Como a vida não é compartimentada em contentores coloridos e arrumadinhos num porto de mar, acontece que as mudanças anteriores cruzam-se e entrelaçam-se, com mais uns quantos problemas (que não matam mas moem) a enfeitar. Torna-se frequentemente complicado, mesmo muito complicado, respirar fundo e seguir em frente com fé, esperança e alma grande.


Assim vão os meus dias. Desejem-me sorte.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Viagem

Meu Deus, dou-Vos o meu coração.
Minha Mãe Santíssima, abençoai-nos.
Santos anjos da nossa guarda, acompanhai-nos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mistério

Como é que eu, mesmo tomando um duche rápido, tenho sempre a fortuna de o telefone ou a campaínha tocarem sempre que estou no banho? Lá fui eu ontem a pingar água dos bigodes, enxugado à pressa, para descobrir que eram as Testemunhas de Jeová...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

My baby just cares for me

Porque estou de férias, porque gosto da música, porque o vídeo tem gatos, tem piano, tem jazz e porque estou apaixonado. :)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nha-nha-nha-nha-nhaaaaa-nha...

"Olh'ós namorados
primos e casados
casaram na igreja
a beber uma cerveja
foram para a cama
comer uma banana"

Espera lá, pirralha, que tu não vais ter quatro anos a vida toda... Espera lá... ;)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ontem

Ontem falámos pela primeira vez. Não falámos muito, falámos apenas. Não me era fácil manter acesa a conversa, não por falta de assunto, ou de sítio, ou de tempo. O tempo sobejou. Afinal, ficámos umas horas sentados frente a frente durante um longo almoço. Assunto também não faltava. Apetecia-me dizer-te o quanto estou contente. Apetecia-me elogiar-te. Apetecia-me dizer-te que pelo fruto se conhece a árvore. Apetecia-me felicitar-te pelo que fizeste. Apetecia-me dar-te a conhecer o quanto estou feliz e o mérito teu nisso. Tudo muito bonito, não se desse o caso de ser um completo despropósito. E, por isso, falámos apenas de banalidades durante um longo almoço. Talvez outro dia.

domingo, 25 de julho de 2010

6 meses


E, ao que parece, será boa a colheita. :)

sábado, 10 de julho de 2010

Gripe do blogger

Tal como outros vizinhos já se queixaram, também a gripe do Blogger alastrou aqui ao Castelo e, com ela, já vitimou pelo menos dois comentários (de "Carla" e "masquediabo"). Assim, pedimos desculpa por esta falha técnica a que somos alheios, e estendemos este pedido a outros comentários que se percam por causa de tão gravosa epidemia.

A Gerência

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Resolver


Tenho necessidade procurar soluções para uns quantos problemas que me andam a aborrecer a molécula de há uns tempos a esta parte. Decidi fazer uma lista de com preocupações e efeitos das mesmas e tive um baque quando me dei conta da rapidez com que enchi uma página A4. Uma vozinha cá dentro diz-me que deveria ter começado mais cedo...
(Imagem retirada daqui)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Descoberta!



Aqui está, em primeira mão, a notícia que vai abalar o mundo e fazer correr tinta na Nature, na Science & Vie e no Almanaque Borda d'Água. Após extensas centenas de horas de observação, o Gato está em condições de afirmar que há formigas que não se interessam por açúcar.


A aturada investigação foi um resultado inesperado tal como a invenção do mata-borrão, da descoberta da penicilina ou a popularidade da vuvuzela. Com início após a manifestação de formigas no WC do castelo, pretendia-se apenas perceber a proveniência das convidadas para lhes aplicar doses massivas de formic... (ahaaam!...) para lhes dar as boas-vindas protocolares.
Para a formação do cortejo despejou-se um pacotinho de açúcar dos Cafés Delta (com receitas culinárias no verso) a um canto do WC, contando-se com o conhecido voraz apetite dos Formicidae (Wikipedia dixit) pela iguaria.

E eis que, surpresa das surpresas!, apesar de terem sido observados indivíduos da espécie a deleitar-se sobre o montinho de açúcar, o esperado cortejo não se completou.
Esta enorme descoberta científica, de enorme rigor e cuidado tratamento, é capaz de afirmar cabalmente que há formigas que não se interessam por açúcar. Por outro lado, ainda não fomos capazes de descobrir o que lhes interessa (especialmente passeando-se elas por um WC).

Os autores do presente estudo (eu!) colocam as seguintes hipóteses em cima da mesa:

- Formiga Previdente, tipo "mas que grande monte de açúcar que aqui está, é melhor não lhe tocar porque quando a esmola é muita o pobre desconfia";

- Formiga Transmontana, tipo "não sou muito amante de doces, o que eu gosto é de uma Bola de Bragança com azeite e enchidos diversos com um tintinho maduro a acompanhar";

- Formiga Light, tipo "açúcar não, que engorda, não há antes por aí um talo de aipo, para mais estamos no Verão e eu quero usar bikini";

Apesar de todas estas hipóteses, os autores alimentam uma remota esperança que esta nova formiga prefira alimentar-se de pequenas gorduras ressequidas depositadas em cantos inacessíveis da fritadeira.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

"Gostei!"

"É uma casa cheia!" :)

terça-feira, 29 de junho de 2010

O meu vizinho


Da janela do meu quarto avista-se um terreno de cultivo. Não é um latifúndio, não é um grande terreno. Terá, talvez, uns quarenta metros por setenta. "É um pequeno terreno", dirão, e eu estaria tentado a concordar, não se desse o caso desse terreno ser cuidado por uma pessoa só. O grande e o pequeno têm destas coisas, movimentam-se ao sabor das escalas, e pela bitola do esforço de um homem esse terreno me parece bem grande.

Todos os anos assisto, da janela do meu quarto, à passagem das estações pelo calendário corporizado naquele terreno. O lavrar da terra, o preparar das sementeiras, o cultivo de dois grandes talhões de milho e um de batatas (que vão rodando), as canas amarradas em pirâmide por onde trepa o feijão verde, a apanha, a debulha e seca do milho, tudo isto marca o passar de mais um ano.

De tudo isto o meu vizinho trata. É ainda manhã cedo, o meu corpo regateia à consciência mais um pedaço de sono, e ouço já o trabalhar do sacho ganhando a luta contra as ervas daninhas ou o estalar da videira à tesoura da poda. A luz escorre pelas frinchas da persiana e já a água brota dos aspersores sobre o campo de milho. Abro a janela e a courela, ainda ontem a monte, lavrada está.


O meu vizinho, ainda não o disse, tem oitenta anos, e talvez mais alguns ainda. Fico impressionado com a vontade e a energia que tem para se levantar todos os dias para os trabalhos do campo (necessidade não tem). Fico admirado com a vitalidade de como é capaz de pegar cedo na enxada e fazer-se à jorna. Eu, nos trintas e emprego de costas direitas, gostaria de o conseguir também. Tenho de lhe perguntar como faz.










(Imagem retirada daqui.)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Saiu assim




Tão certo e tão livre.

Satisfeito. Sereno.

O pensamento bailava naquelas lides há que tempos.

A vontade queimava no peito, o nó da garganta asfixiava - impedia quase tão bem o ar de entrar como as palavras de sair.

O motivo há muito que rondava as conversas com eufemismos sem nunca se anunciar.

Naquele dia saiu assim.

Assim.

Sem mais.

Sem dramas, sem nervosismo.

Afinal, coragem alguma foi necessária como sempre julgara.

Confiança. Isso sim, confiança.

Saiu assim, a meio de uma conversa igual a outras tantas conversas entre os dois.

Sem rodeios.

E disse-o.

Sereno.

Disse-o.

Uma, e outra, e outra vez.

Tão certo e tão livre.

Feliz.

E ela feliz também.










(Imagem tirada daqui).

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ausência

-- Então quando voltas tu a escrever no blog? Tenho saudades de te ler...

Não é a primeira vez que ouço isto, e sei que todas as pessoas que têm a mesma saudade merecem um pouco do meu tempo também.

Não é a primeira vez que ouço isto. A paragem não é por descuido e muito menos por desconsideração. Sei até que aqui o Castelo completou há quase um mês o seu primeiro aniversário, e a inspiração nem uma palavra só me entregou para a oferecer a vós.

Há variadíssimas razões para se escrever um blog, e este último é sempre um instrumento. Instrumento de exposição, de expiação, de crítica, de comunicação, de criatividade, de mensagem, de grito, de emoção. Quem publica fá-lo para os outros, é certo, mas sem dúvida para si mesmo também.

Para mim o blog foi e tem sido um instrumento de várias facetas. De expansão, de ruptura, de inovação, de expressão artística (como as Arranhadelas, os Gatafunhos ou os Textos), de expressão interior (como em Feliz, Cá dentro ou Isto hoje está bonito). Romperam-se amarras e mordaças, estabeleceu-se contacto, desabafou-se, ganhou-se coragem de abrir os pensamentos com quem não se conhece.

O Castelo continua a cumprir isso tudo. O banho-maria em que se encontra é temporário. É sinónimo de alguma paz interna, mas também de alguma desinspiração artística. Se da primeira gosto, a segunda resolve-se um destes dias. :)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Presença

Não almoçaste comigo, mas senti-te ao meu lado o tempo todo.

Segui sozinho no carro, embora te tenha dado a mão do início ao fim tal como nos habituamos.

Deitei-me nos lençóis, azuis e vazios, e não dispensei dar-te o teu beijo de boa noite.

Lá longe, lá longe, dormiste aconchegada nos meus braços.

De manhã, além do sol da cidade distante daqui, dei-te eu também os bons dias.

E é assim, mesmo não estando, que tu estás. Sorrindo. Fazes-me muita falta, e a tua presença faz-me muito bem.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ansiedade

Gostei da tua chamada a meio da tarde, foi reconfortante. Na voragem dos dias que passam inundados de obrigações a que não consigo e não me apetece dar vazão, a neura acumula-se tal e qual as tarefas e transtorna-me. Eu sei, eu sei, deveria aprender a gerir melhor o meu tempo, os meus nervos, a minha ansiedade. Estou a tentar, a sério. Insisto em que gostei da tua chamada a meio da tarde. Uma voz amiga é importante nestes dias, e a tua é a melhor delas todas.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ir de férias faz mal (e pára o blog)

Tenho-me ausentado muito, e não só do blog. Tenho entrecortado semanas de trabalho cansativas com semanas de férias cansativas.

-- Férias cansativas, com que então?!? Falas é de barriga cheia...

Nem tanto.

Numa semana de fim de Março fui de férias com a cara-metade. Adoeci a meio da semana.

Outra semana fui para o estrangeiro, onde um vulcão que eu nem conhecia tratou de se zangar comigo e com o avião onde eu devia viajar. Tive assim quase outra semana completa de regresso a casa entre tempos de espera e:

-3 comboios (um dos quais avariou);
-1 ferryboat;
-1 autocarro expresso;
-2 dois autocarros de cidade;
-2 metropolitanos;
-1 automóvel;
-Sapatilha q.b.

Ao todo, 5 dias a mais de "férias".

Estou casado, estou estourado. Apetecia-me dizer que preciso de férias, mas é melhor estar calado... ;)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Esboços

Chego ao trabalho de manhã, ainda com os neurónios a carburar às sacudidelas. O meu novo colega de gabinete cumprimenta-me e diz-me:

-- Tu ontem à noite, depois de eu sair, começaste a passar-te com o trabalho!

-- Eu? Então porquê? - articulei com o sobrolho franzido.

-- Começaste a fazer desenhos de ouriços-caxeiros, parecem o Sonic...

Olhei para o meu caderno de apontamentos aberto sobre a secretária e assim era.
Pois... :)

sábado, 13 de março de 2010

Modelos

Há textos muito irónicos e, ao mesmo tempo, muito sérios. Esta citação vi-a há já muito tempo no blog do bagaço amarelo e fez-me sorrir imenso. Esta semana, e a propósito de algumas conversas que tive, achei que vinha mesmo a talhe de foice:

"Achamos os homens instáveis excitantes; os homens em que não se pode confiar um desafio; os imaturos encantadores(...). Os homens coléricos precisam da nossa compreensão. Os infelizes precisam do nosso conforto. Os ineptos precisam do nosso encorajamento, e os frios do nosso calor. Mas um homem «bom» não pode ser melhorado, porque já é bom como é, e se é amável e se interessa por nós, então, nem podemos sofrer." Robin Norwood

quinta-feira, 11 de março de 2010

Post manuscrito

Face ao desafio do Lobinho, cá vai um post gatafunhado pela mã... pela pata do Gato. Há quem não goste da sua letra. Eu, se não gostasse da minha, tinha bom remédio: mudava-a! Mas gosto. Gosto das letras separadas, gosto das palavras destacadas, das maiúsculas rasgadas, dos "t" amplamente cortados, dos traços espartanos. O que é que isso quer dizer, se é que quer dizer? Não sei, nem é preciso que diga. Mas eu gosto da minha letra.









domingo, 7 de março de 2010

Simon's Cat

Pela mão da Jane Doe foi-me apresentada uma banda desenhada nova onde a estrela principal é um gato: Simon's Cat.

Como todos os gatos, também o Simon's Cat é preguiçoso, lambareiro, egoísta, sonso, indolente e orgulhoso (mas também teremos os nossos defeitos, é certo).

Nas bandas desenhadas há sempre um conjunto de personagens e figurantes recorrentes. Esta não é excepção, estando recheada de sofás, pássaros, gnomos de jardim de loiça e mais alguns de especial interesse como abaixo se pode observar... :)



quarta-feira, 3 de março de 2010

Prémio


E pela minha ronda à blogosfera dei de chapuz com mais um prémio. :)
Vaidosos como só os gatos são, trouxe-o logo do blog do Daniel para aqui.
A quem por aqui passar faça o favor de levar o selo consigo. E aproveitem a visitar o Sair das Palavras porque vale bem a pena. :)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Um mês


Um mês. Parecem já tantos, mas passou apenas um mês. O primeiro de muitos a olhar em frente, meu Amor.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Micro-ondas

Cheguei a casa depois do trabalho para jantar.

Tinha sopa no frigorífico. Aqueci-a no micro-ondas.
Apeteceu-me chá. Fi-lo no micro-ondas.
Havia mais comida do dia anterior. Aqueci-a no micro-ondas.
Quis maçãs assadas. Assei-as no micro-ondas.
Rematei com café. Aqueci-o no micro-ondas.

Alguém se lembra como era a vida antes do micro-ondas?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Variações sobre um tema segundo Jane Doe








Além de já ter sido mote deste post e deste também, recebi da Jane Doe estas variações sobre o meu gatafunho de presépio, com borboletas, motivos florais, nuvens de algodão doce e muita cor. Espero que gostem tanto como eu. Obrigado, Jane! :)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cogitações de um homem que pensa que pensa II

"Homens não gostam de mulheres inteligentes".

Esta é uma queixa que se ouve amiúde - vinda das mulheres, claro.

É uma afirmação desconcertante. Pela minha parte não tenho problema algum com a inteligência. Já a estultícia - ah!, sim! - arrelia-me.

Eu ainda estou para perceber a lógica de tais palavras. Não consigo imaginar nenhuma situação em que haja vantagem em uma mesma pessoa ser pouco inteligente e, em particular, que um homem possa gostar mais de uma mulher se tiver que lhe explicar a mesma coisa várias vezes.

Eu só posso concluir que a frase "Homens não gostam de mulheres inteligentes" é mentira. E, sendo mentira e havendo insistência em repeti-la, não compreendo as mulheres. Caso seja verdade, não compreendo os homens.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Funcionou!



Irra! Já não era sem tempo! :)

Bem sei, meus amigos, que não tenho vindo aqui dar-vos muitas notícias (apesar de ir seguindo os vossos blogs com regularidade). Mau grado esta ausência, a verdade é que o tempo se escoa num vórtice.

Além das novas que conheceis (vide dois posts abaixo, hehe!) a profissão tem-me também exigido muito. Ontem lá consegui dar a volta a uns electrões de má vontade e, resolvendo um engulho que me andava atravessado há semana e meia, cortei finalmente uma meta que perseguia há mais de ano e meio.

Sorriam comigo. A vida é boa. :)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Viragem

Já não escrevo neste blog há sete dias. Isto a fazer fé no calendário porque, no meu caixote de memórias, foram sete semanas desde o dia em que o mundo inverteu o sentido de rotação.

O último ano foi atípico para mim. Mais do que factos tangíveis, foi atípico na minha consciência.

-- Relaxa... - disse a vozinha cá dentro.

-- Hãã?!? - esbugalhei os olhos, não acreditando direito no que estava a ouvir.

-- Relaxa. Tens corrido a vida toda em direcção a coisa nenhuma, a enfrentar gigantes que são ao fim e ao cabo patéticos moínhos de vento. Pára. Não queiras fazer tudo.

-- Mas o futuro... - atrevi-me a balbuciar uma resposta, prontamente interrompido.

-- Mas o futuro o quê, ó caramelo? Que vida tens feito tu? Que tens gozado tu? E se por uma vez na gaita dessa tua existência em vez de te esforçares tanto te dedicasses a apreciar a vida?, e te ouvisses a ti mesmo?

E, depois da estupefacção de ouvir a minha consciência dizer-me o contrário do que me disse toda a vida, assim foi. Estes últimos meses foram andando em ritmo de passeio, sem pressa, cabelos ao vento sol no rosto.

Num trambolhão a vida deu uma volta. Num estalar de dedos há de novo sentido, há de novo rumo, há de novo futuro.

-- Estás a ver, meu palerma? - disse-me a vozinha cá dentro ontem à noite - _Agora_ é que é o momento de saíres dessa moleza. Mas desta vez com juízo e sem perder o Norte!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

E pronto!


O telhado ganhou uma nova alma! E o Gato também! :)

A menina do GPS é que vai ficar cá com uma ciumeira...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Discernindo (ou fazendo por isso)

Balanço entre alegre e incrédulo, entre a vontade e a dúvida, entre a certeza e a perplexidade.

É certo que a minha perspectiva levou um abanão. Levantaram-se os lençóis que protegiam do pó mobílias antigas, jorrou o sol pelas janelas encardidas do sótão.

Luto duramente cá dentro em busca de uma resposta que, sei bem, pecará por incompleta se partir só de mim.

Preciso de te falar. Sem pressa, sem horas, sem relógio. Longamente, como eu gosto e sei que gostas também. E, desta vez mais do que nunca, com as cartas todas na mesa, sem pó nas entrelinhas.

A semana promete ser longa.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Arranhadela - numéro hors série

Não me apetece escrever e deixá-lo de o fazer é impossível.

O dia merece palavras e todas as que encontro assemelham-se a imitações inacabadas daquilo que deveriam ser.

Não me alongarei, embora devesse. Era merecido, exigível até. Espero o conselho do travesseiro. Por ora, o dia é já demasiado longo.





Bem Devagar - (Gilberto Gil, voz Caetano Veloso)

Sem correr
Bem devagar
A felicidade voltou para mim
Sem perceber
Sem suspeitar
O meu coração deixou você surgir

E como o despertar depois de um sonho mau
Eu vi o amor sorrindo em seu olhar
E a beleza da ternura de sentir você
Chegou sem correr
Bem devagar

Amor velho que se perde
Sai correndo para outro ninho
Amor novo que se ganha
Vem sem pressa, vem mansinho

Sem correr
Bem devagar
A felicidade voltou para mim
Sem perceber
Sem suspeitar
O meu coração deixou você surgir

E como o despertar depois de um sonho mau
Eu vi o amor sorrindo em seu olhar
E a beleza da ternura de sentir você
Chegou sem correr
Bem devagar

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Arranhadelas VIII

Quando abri este blog jamais calcularia que uma larga fatia dos visitantes viesse do Brasil. Metade dos seguidores ali na lista ao lado é brasileiro. Foi uma surpresa (eu gosto de surpresas!) constatar isso. Por isso, dedicado a esses visitantes, porque eu gosto imenso de ritmos latinos e já que por lá até é Verão, aqui fica mais uma "Arranhadela" em ritmo de samba bem rapidinho.



Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos

O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Prá mim! Pra mim, pra mim

Ah! abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil! Prá mim! Pra mim, pra mim!

Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Pra mim, pra mim, Brasil!

Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente

O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil!, Pra mim, pra mim, pra mim

Ó esse coqueiro que dá côco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil!, Pra mim, pra mim, pra mim.

Ah! e estas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Pra mim, pra mim! Brasil!
Brasil! Pra mim, Brasil!, Brasil!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cogitações de um homem que pensa que pensa

Inicio a rubrica (sim, sim, sem acento...) "Cogitações de um homem que pensa que pensa". Como título não esconde, escreverei sobre nada que mereça o vosso tempo e esforço de ler. Foram avisados, é por vossa conta e risco.



-- Ah ah ah!, o título está mesmo muito bom. - dirão - Olhem só! Um homem que pensa, coisa nunca vista!



Por isso mesmo é que pensa que pensa, porque na realidade não pensa. Mas, para pensar que pensa apesar de não pensar, a verdade é que tem de pensar. Resultado: pensa. Mas, ao fim e ao cabo não pensa, é apenas uma coisa de que tem na ideia. No pensamento, portanto.



Não se aborreçam muito mais com isto, é apenas mais uma variante do paradoxo do mentiroso e eu também não estou com vontade de vos lançar numa meta-existência impulsionada por um pequeno jogo de palavras ("infame", acrescentarão os visitantes do Brasil).



-- Ah!, mas os homens pensam! Só que pensam apenas em cerveja, futebol, carros e sexo.



Adoro este tipo de reduções. Costumam sair dos lábios de uma neo-suffragette (que nem sabe que o é) que ferve se lhe disserem que as mulheres só pensam em roupas e sapatos. É, na verdade, a reacção mais adorável que podem ter.


A verdade é que aceitamos sem aborrecimento que digam que somos uns básicos. Às tantas, porque gostamos que nos deixem em paz. E, de mais a mais, os estereótipos dão imenso jeito. Toda a gente percebe piadas com estereótipos. O que nem todos percebem é que a piada está igualmente na chacota do próprio estereótipo.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Este gatafunho de novo




Volto a este gatafunho dizendo algumas coisas que ficaram por dizer.


Este gatafunho é o meu presépio de Natal. Como não tinha nenhum decidi-me a fazer um pela minha mão. Claro que está que, saindo destes neurónios felinos e retorcidos, a forma tinha que ser reinventada.


Perdoem-me os devotos mas, maldade minha, a figura em maior destaque neste presépio não é o Menino. Também não é Maria. É José.


José foi sempre olhado como figura de segundo plano. Afinal, Jesus é Deus feito homem e Maria a mulher eleita para mãe deste último. José, nesta teia de relações divinas, é um zero, um figurante, um acaso, uma nota de rodapé nos cânones, uma figura que desaparece dos Evangelhos sem deixar rasto.


Talvez não tenham notado, mas nesta imagem José segura o Menino. Pormenor? Talvez sim, eu diria definitivamente não. Claro que eu não conheço todas as representações feitas neste mundo, mas vasculhando na memória não encontro presépio onde isso aconteça. Jesus vulgarmente está nas palhinhas ou, no melhor dos casos, nos braços de Maria. Nunca com José, como se este fosse um inepto, ou segurar uma criança seja acto excluído para um homem, ou não tivesse direito a tal por inferior. Mas aqui segura, com ambas as mãos, com ternura, como quem tem nas mãos o mais precioso tesouro.


Maria dorme, e muito bem, já antes vimos porquê. Mas não dorme de uma maneira qualquer. Dorme apoiada em José. Dorme com a cabeça encostada a José, com a mão pousada na perna dele. Repousa, confiada, sem traço de dúvida ou preocupação, de expressão serena, amparada por José.


Além do aspecto gráfico, José neste presépio é, literalmente, o fulcro, o esteio, o porto de abrigo de todos. Ironicamente o vulgar mortal é quem dá a guarida e segurança ao Divino e à Escolhida. E é o único acordado, com expressão bem preocupada que a responsabilidade não é pequena.


Esta figura, na verdade, tem um José igual a tantos outros Josés de uma família que poderia ser uma qualquer outra família.


Tem um José igual a tantos Josés que assumem o papel de pilar e abrigo dos seus como toda a gente espera que um José faça.


Tem um José igual a tantos Josés que cuida como se exige que um José cuide.


Tem um José igual a tantos Josés dedicados à sua Maria como é natural que um José se dedique.


E tem um José igual a tantos outros Josés que é isto tudo e com frequência desconsiderado, da vox populi às leis, enquanto elemento de uma família.


É que, apesar de muitas vezes esquecido, é verdade que no fundo do peito dos Josés também bate um coração. E os Josés também amam.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Jogo

Do blogue da Teresa Santos veio este desafio: mencionar cinco das minhas manias e dos meus tiques. Humm... e agora?


Sarcasmo: Está cá sempre como forma preferencial de humor.


Timidez: Enorme, imensa. Quem me conhece não diz. Julgam até o contrário. Uma piada e um sorriso disfarçam imenso.


Cantar: Mal. Muito mal. Mas isso não é impedimento. A conduzir, no chuveiro, ao piano, a realizar qualquer tarefa. E dançar em simultâneo é comum.


Banho: Um enorme prazer e um desastre ecológico. Ningúem me mande tomar banho depressa ou com água fria.


Falar sozinho: Ando sempre a pensar em voz alta e a gesticular. Em monólogo ou então em diálogo com alguém que está ao meu lado. E até já me aconteceu servir um cafezinho a essa "pessoa".



Quem por aqui passar leve este desafio para o seu blogue. E venha cá dizer-mo. :)