terça-feira, 26 de janeiro de 2010

E pronto!


O telhado ganhou uma nova alma! E o Gato também! :)

A menina do GPS é que vai ficar cá com uma ciumeira...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Discernindo (ou fazendo por isso)

Balanço entre alegre e incrédulo, entre a vontade e a dúvida, entre a certeza e a perplexidade.

É certo que a minha perspectiva levou um abanão. Levantaram-se os lençóis que protegiam do pó mobílias antigas, jorrou o sol pelas janelas encardidas do sótão.

Luto duramente cá dentro em busca de uma resposta que, sei bem, pecará por incompleta se partir só de mim.

Preciso de te falar. Sem pressa, sem horas, sem relógio. Longamente, como eu gosto e sei que gostas também. E, desta vez mais do que nunca, com as cartas todas na mesa, sem pó nas entrelinhas.

A semana promete ser longa.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Arranhadela - numéro hors série

Não me apetece escrever e deixá-lo de o fazer é impossível.

O dia merece palavras e todas as que encontro assemelham-se a imitações inacabadas daquilo que deveriam ser.

Não me alongarei, embora devesse. Era merecido, exigível até. Espero o conselho do travesseiro. Por ora, o dia é já demasiado longo.





Bem Devagar - (Gilberto Gil, voz Caetano Veloso)

Sem correr
Bem devagar
A felicidade voltou para mim
Sem perceber
Sem suspeitar
O meu coração deixou você surgir

E como o despertar depois de um sonho mau
Eu vi o amor sorrindo em seu olhar
E a beleza da ternura de sentir você
Chegou sem correr
Bem devagar

Amor velho que se perde
Sai correndo para outro ninho
Amor novo que se ganha
Vem sem pressa, vem mansinho

Sem correr
Bem devagar
A felicidade voltou para mim
Sem perceber
Sem suspeitar
O meu coração deixou você surgir

E como o despertar depois de um sonho mau
Eu vi o amor sorrindo em seu olhar
E a beleza da ternura de sentir você
Chegou sem correr
Bem devagar

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Arranhadelas VIII

Quando abri este blog jamais calcularia que uma larga fatia dos visitantes viesse do Brasil. Metade dos seguidores ali na lista ao lado é brasileiro. Foi uma surpresa (eu gosto de surpresas!) constatar isso. Por isso, dedicado a esses visitantes, porque eu gosto imenso de ritmos latinos e já que por lá até é Verão, aqui fica mais uma "Arranhadela" em ritmo de samba bem rapidinho.



Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos

O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Prá mim! Pra mim, pra mim

Ah! abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil! Prá mim! Pra mim, pra mim!

Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Pra mim, pra mim, Brasil!

Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente

O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil!, Pra mim, pra mim, pra mim

Ó esse coqueiro que dá côco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil!, Pra mim, pra mim, pra mim.

Ah! e estas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Pra mim, pra mim! Brasil!
Brasil! Pra mim, Brasil!, Brasil!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cogitações de um homem que pensa que pensa

Inicio a rubrica (sim, sim, sem acento...) "Cogitações de um homem que pensa que pensa". Como título não esconde, escreverei sobre nada que mereça o vosso tempo e esforço de ler. Foram avisados, é por vossa conta e risco.



-- Ah ah ah!, o título está mesmo muito bom. - dirão - Olhem só! Um homem que pensa, coisa nunca vista!



Por isso mesmo é que pensa que pensa, porque na realidade não pensa. Mas, para pensar que pensa apesar de não pensar, a verdade é que tem de pensar. Resultado: pensa. Mas, ao fim e ao cabo não pensa, é apenas uma coisa de que tem na ideia. No pensamento, portanto.



Não se aborreçam muito mais com isto, é apenas mais uma variante do paradoxo do mentiroso e eu também não estou com vontade de vos lançar numa meta-existência impulsionada por um pequeno jogo de palavras ("infame", acrescentarão os visitantes do Brasil).



-- Ah!, mas os homens pensam! Só que pensam apenas em cerveja, futebol, carros e sexo.



Adoro este tipo de reduções. Costumam sair dos lábios de uma neo-suffragette (que nem sabe que o é) que ferve se lhe disserem que as mulheres só pensam em roupas e sapatos. É, na verdade, a reacção mais adorável que podem ter.


A verdade é que aceitamos sem aborrecimento que digam que somos uns básicos. Às tantas, porque gostamos que nos deixem em paz. E, de mais a mais, os estereótipos dão imenso jeito. Toda a gente percebe piadas com estereótipos. O que nem todos percebem é que a piada está igualmente na chacota do próprio estereótipo.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Este gatafunho de novo




Volto a este gatafunho dizendo algumas coisas que ficaram por dizer.


Este gatafunho é o meu presépio de Natal. Como não tinha nenhum decidi-me a fazer um pela minha mão. Claro que está que, saindo destes neurónios felinos e retorcidos, a forma tinha que ser reinventada.


Perdoem-me os devotos mas, maldade minha, a figura em maior destaque neste presépio não é o Menino. Também não é Maria. É José.


José foi sempre olhado como figura de segundo plano. Afinal, Jesus é Deus feito homem e Maria a mulher eleita para mãe deste último. José, nesta teia de relações divinas, é um zero, um figurante, um acaso, uma nota de rodapé nos cânones, uma figura que desaparece dos Evangelhos sem deixar rasto.


Talvez não tenham notado, mas nesta imagem José segura o Menino. Pormenor? Talvez sim, eu diria definitivamente não. Claro que eu não conheço todas as representações feitas neste mundo, mas vasculhando na memória não encontro presépio onde isso aconteça. Jesus vulgarmente está nas palhinhas ou, no melhor dos casos, nos braços de Maria. Nunca com José, como se este fosse um inepto, ou segurar uma criança seja acto excluído para um homem, ou não tivesse direito a tal por inferior. Mas aqui segura, com ambas as mãos, com ternura, como quem tem nas mãos o mais precioso tesouro.


Maria dorme, e muito bem, já antes vimos porquê. Mas não dorme de uma maneira qualquer. Dorme apoiada em José. Dorme com a cabeça encostada a José, com a mão pousada na perna dele. Repousa, confiada, sem traço de dúvida ou preocupação, de expressão serena, amparada por José.


Além do aspecto gráfico, José neste presépio é, literalmente, o fulcro, o esteio, o porto de abrigo de todos. Ironicamente o vulgar mortal é quem dá a guarida e segurança ao Divino e à Escolhida. E é o único acordado, com expressão bem preocupada que a responsabilidade não é pequena.


Esta figura, na verdade, tem um José igual a tantos outros Josés de uma família que poderia ser uma qualquer outra família.


Tem um José igual a tantos Josés que assumem o papel de pilar e abrigo dos seus como toda a gente espera que um José faça.


Tem um José igual a tantos Josés que cuida como se exige que um José cuide.


Tem um José igual a tantos Josés dedicados à sua Maria como é natural que um José se dedique.


E tem um José igual a tantos outros Josés que é isto tudo e com frequência desconsiderado, da vox populi às leis, enquanto elemento de uma família.


É que, apesar de muitas vezes esquecido, é verdade que no fundo do peito dos Josés também bate um coração. E os Josés também amam.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Jogo

Do blogue da Teresa Santos veio este desafio: mencionar cinco das minhas manias e dos meus tiques. Humm... e agora?


Sarcasmo: Está cá sempre como forma preferencial de humor.


Timidez: Enorme, imensa. Quem me conhece não diz. Julgam até o contrário. Uma piada e um sorriso disfarçam imenso.


Cantar: Mal. Muito mal. Mas isso não é impedimento. A conduzir, no chuveiro, ao piano, a realizar qualquer tarefa. E dançar em simultâneo é comum.


Banho: Um enorme prazer e um desastre ecológico. Ningúem me mande tomar banho depressa ou com água fria.


Falar sozinho: Ando sempre a pensar em voz alta e a gesticular. Em monólogo ou então em diálogo com alguém que está ao meu lado. E até já me aconteceu servir um cafezinho a essa "pessoa".



Quem por aqui passar leve este desafio para o seu blogue. E venha cá dizer-mo. :)