Sou uma pessoa com sorte, reconheço-o.
Às vezes preciso de parar um bocado e chamar-me a mim mesmo à razão. Perdemo-nos muitas vezes embrenhados em uma ou duas metas complicadas e esquecemo-nos de apreciar e guardar connosco os inúmeros pequenos momentos que dão colorido à vida. Irónico.
Poderia (seria legítimo e até merecido) enumerar um rol de coisas que a minha vida tem de bom. Não o vou fazer, porém, e limitar-me-ei a um caso concreto.
Vem isto a propósito de alguns devaneios de pensamento que me ocorreram há dois dias. A passada sexta-feira amanheceu risonha e com ela acordou o Gato (eu!) cheio de energia. Cumpri os hábitos rotineiros de quem se prepara para mais um dia de trabalho. Perante uma manhã tão linda deixei a minha lata com rodas em casa, fazendo questão de ir para o trabalho de bicicleta.
A distância não é muita. Apesar de fazer percursos mais longos e sinuosos para evitar estradas muito movimentadas, o total da ida não chega a 6 km. O acréscimo vale bem a diferença e não é só pela segurança.
Vale pelo silêncio e pela paz, pela ausência de motores e buzinas.
Vale pelos campos agrícolas recém lavrados e semeados que prometem vida nova.
Vale pela graça de pombos e pardais que vão surripiando umas sementes ao agricultor, agitando-se e voando à minha passagem.
Vale pelos campos de ervas pintados de amarelo dos malmequeres, do tojo e do tremoço bravio.
Vale pelas ondas roxas do rosmaninho em flor.
Vale pelas papoilas muito vermelhas e abertas pela manhã ainda fresca.
Vale pela brisa, pelo sol no rosto e pelo arrepio de vida que inunda o corpo a cada sorriso perante cada uma destas coisas.
Vale pela cidade bonita onde moro e pelo trabalho próximo que me permite tudo isto.
Vale por saber que ninguém julga o meu trabalho pelo meu transporte, pela minha roupa informal ou pelo meu cabelo despenteado ao tirar o capacete.
Isto é ou não ter sorte? :)
Às vezes preciso de parar um bocado e chamar-me a mim mesmo à razão. Perdemo-nos muitas vezes embrenhados em uma ou duas metas complicadas e esquecemo-nos de apreciar e guardar connosco os inúmeros pequenos momentos que dão colorido à vida. Irónico.
Poderia (seria legítimo e até merecido) enumerar um rol de coisas que a minha vida tem de bom. Não o vou fazer, porém, e limitar-me-ei a um caso concreto.
Vem isto a propósito de alguns devaneios de pensamento que me ocorreram há dois dias. A passada sexta-feira amanheceu risonha e com ela acordou o Gato (eu!) cheio de energia. Cumpri os hábitos rotineiros de quem se prepara para mais um dia de trabalho. Perante uma manhã tão linda deixei a minha lata com rodas em casa, fazendo questão de ir para o trabalho de bicicleta.
A distância não é muita. Apesar de fazer percursos mais longos e sinuosos para evitar estradas muito movimentadas, o total da ida não chega a 6 km. O acréscimo vale bem a diferença e não é só pela segurança.
Vale pelo silêncio e pela paz, pela ausência de motores e buzinas.
Vale pelos campos agrícolas recém lavrados e semeados que prometem vida nova.
Vale pela graça de pombos e pardais que vão surripiando umas sementes ao agricultor, agitando-se e voando à minha passagem.
Vale pelos campos de ervas pintados de amarelo dos malmequeres, do tojo e do tremoço bravio.
Vale pelas ondas roxas do rosmaninho em flor.
Vale pelas papoilas muito vermelhas e abertas pela manhã ainda fresca.
Vale pela brisa, pelo sol no rosto e pelo arrepio de vida que inunda o corpo a cada sorriso perante cada uma destas coisas.
Vale pela cidade bonita onde moro e pelo trabalho próximo que me permite tudo isto.
Vale por saber que ninguém julga o meu trabalho pelo meu transporte, pela minha roupa informal ou pelo meu cabelo despenteado ao tirar o capacete.
Isto é ou não ter sorte? :)
8 comentários:
É ter sorte sim senhor.
E vale, sim senhor. Por tudo o que dizes que vale. mas eu enfatizaria isto, que acho delicioso:
"Vale pelo silêncio e pela paz, pela ausência de motores e buzinas."
@Daniel:
Percebo-te perfeitamente quando destacas essa passagem em particular. Vivi mais de metade da minha vida numa grande cidade. Hoje, ouvir as notícias do trânsito na rádio soa-me a planeta distante, a realidade que ficou lá atrás.
É muita sorte mesmo!
gostei do blog. Abraços
Gostava de ter visto isso...
PS - Se passares ao pé de mim posso estender o pé para a roda da frente? É só para ver se os gatos sempre têm sete vidas... Eh eh ;)
@Teórico:
Bom ver-te por cá. Passa sempre que quiseres.
@mf:
Só garganta. Não eras capaz. :)
Nunca subestimes o desvario de um ouriço... Santinhos, santinhos, mas debaixo dos picos ele há cada uma... Eh eh
;)
@mf:
Com picos ou sem, o certo é que os ouriços saem claramente em desvantagem nos confrontos com as rodas. Por favor não tentes. ;)
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