segunda-feira, 29 de junho de 2009

Norte

-- Compreendo, R.. Quando quiseres voltar, diz, estamos muito contentes com o teu trabalho.

Assim é. É um aconchego no coração quando nos dizem palavras destas. Contudo, há capítulos que é preciso encerrar, forçar a mudança.

Não estou a atirar a toalha ao chão - é preciso muito para que o Gato o faça. Preciso reencontrar o meu Norte no meio da tempestade, descobrir aquilo que me dá forças para remar. Há tempos um farol apagou-se e tenho andado a remar com toda a gana em direcção a coisa nenhuma. Não pode ser. Não pode. Stress, tensão, nervosismo e ansiedade têm tomado conta dos meus bigodes, nenhum deles com qualquer resultado positivo.

Vou, para variar, comprar um pouco do meu próprio tempo, deixar as águas acalmar, apreciar o nascer do sol a cada dia e encontrar o Norte. Então remarei.

8 comentários:

Anónimo disse...

Engraçado... Isso deu-me uma saudade danada de alguém - farol importante.
Mas fui eu que mudei de curso.
E ainda é difícil deixar de pensar nele.

beijocas, gatinho

R. disse...

@A Senhora:
Outros faróis virão, para mim, para ti, para todos. :)

Beijinho,

R.

Anónimo disse...

Espero que para você não precise mais de farol, mas adore navegar na companhia de outros navios iluminados, como você.

Quanto a mim... Foi uma época que realmente eu precisava de um. Agora, não mais. Só fica a saudade. Porque farol, não sei porque, não mudam de lugar! :)

beijocas

Anónimo disse...

Há sempre uma luz quenos guia... :)

R. disse...

@A Senhora:
Gostei mesmo muito dessa metáfora do navio iluminado. Vou procurar alguns, sim. :)

R. disse...

@Anónimo:
Pois há, pois há. Por vezes ficamos é "ceguetas" e não percebemos onde ela brilha. :)

Daniel C.da Silva disse...

Ter noção do que nos acontece e parar para reflectir, é já meio remédio.

Todo o texto está belíssimo.

Retiro isto:

"tenho andado a remar com toda a gana em direcção a coisa nenhuma. (...)
Vou, (...) comprar um pouco do meu próprio tempo",

Isso é Sabedoria.

Todos passamos por isso mas nem todos pensam como tu, ou caso sim, nem todos colocam tao bem por palavras, como o fizeste aqui.

Abraço

R. disse...

@Daniel:

Parar para pensar é obviamente muito necessário. E esquecemo-nos de o fazer arrastados na corrente das obrigações.

Faz-me uma certa confusão quem me diz que precisa da televisão ou do rádio ligados a tada a hora porque senão pensam demais.

Obrigado pelas tuas palavras. São uma boa ajuda. :)

R.