terça-feira, 24 de novembro de 2009

Do interior do Gato

Coisas há sobre as quais tenho dificuldade em falar.

Coisas há sobre as quais tenho dificuldade em escrever.

Coisas minhas, muito minhas. Difíceis de expor.

Ficam sempre nas meias palavras, nas entrelinhas, nas metáforas.

Mesmo que seja aqui no "Castelo", anónimo.

Emergem por vezes correntes de sentimentos que são difíceis de dominar. Emergem em alturas de maior pressão, vêm à tona nas piores alturas possíveis - aquelas em que temos já arrelia bastante sem precisar que a mesma nasça também dentro de nós.

E o cansaço repetido soletra-se desânimo.

Pode ser que um dia alinhave uns parágrafos sobre isto.

12 comentários:

mf disse...

Conheço tão bem a sensação... E conheço também tão bem a 'ginástica' que é preciso fazer para vencer a barreira do não falar e não escrever... Aquela sem a qual nos sentimos despidos, mesmo perante quem não nos conhece...

R. disse...

@mf:

Pois conheces, minha amiga. Isto tem altos e baixos. Só precisa é de umas boas notícias de vez em quando. Olha: da última vez que te li estavas no auge, de picos rutilantes. Acredita que fez o meu dia. Mantém-te aí. :)

R.

Elisa no blog disse...

R.
Mesmo sabendo japonês e português, às vezes me faltam palavras para expressar o que sinto. Muitos sentimentos não podem ser reduzidos a palavras.
beijos,
elisa

R. disse...

@Elisa:

Verdade verdade, nem que se soubesse as línguas todas do mundo. :)

R.

Anónimo disse...

Acho que nossos sentimentos mais caros, profundos e até doloridos, sempre temos a tendência de esconde-los só para nós, mesmo que isso nos machuque mais ainda.

Por mais histórias que conte, meus sentimentos secretos... são secretos. ;)

beijocas

R. disse...

@A Senhora:

É bem verdade!
Mas há coisas tão simples de pensar e tão complexas de pôr cá fora. Parece que, só por si, são uma idiotice, que é preciso pintar todo um quadro gigantesco poder chegar àquele detalhe e este fazer finalmente sentido.

Beijinho,

R.

Daniel C.da Silva disse...

Suplanta-te. Afinal trata-se de um blog, um registo electrónico dos antigos diários. E sem rosto, sem dadaos, nada tens a perder, a nao ser uma auto-terapia em saires mais de ti.

ab

R. disse...

@Daniel Silva:

A razão deste blog ter nascido é exactamente essa que tão bem colocaste em quatro linhas. :)

R.

Teresa Santos disse...

Não tenhas dúvida.
Aquilo que é realmente importante, na vida de cada um de nós, penso que poucos o transmitem.
De qualquer modo a blogosfera, para muitos, funciona como a catarse que por vezes é tão necessária.
Já tenho postado (não sei se leste) a minha primeira sensação quando entrei na blogosfera. Comecei a ler um post aqui, outro ali e, a determinada altura senti que estava perante um mar de naufragos, em que cada um estendia o braço na tentativa de alcançar a tal âncora que iria ajudar.
Hoje, vejo as coisas de forma um pouco diferente, contudo, esta sensação ainda não desapareceu completamente.
Abraço.

mfc disse...

Toca a todos... não és só tu!
Ala arriba...

R. disse...

@mfc:

Livra! Ainda bem que não sou só eu, de facto! :)

R.

R. disse...

@TERESA SANTOS:

Dou-te toda a razão quando dizes que um blog serve, para muitos, de catarse. Em certa medida, este também. :)

R.